São Sebastião é conhecida internacionalmente, berço de belas praias e de uma natureza impecável a cidade guarda uma vasta história desde os tempos coloniais. Casarões ainda mantem a imponência de uma época em que grandes barões imperavam na região com o ciclo da cana de açúcar. Com seus 377 anos é a cidade mais antiga do Litoral Norte e de grande importante durante os primeiros anos do Brasil colônia.
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Tupinambás em gravura de Theodor de Bry Fonte: Wikipédia |
Sua ocupação começa junto com a história do recém descoberto Brasil, terra que era considerada como o éden pelos portugueses. Com ordens do rei de Portugal, Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio partiram de Lisboa no comando de três caravelas para investigar toda a baía do Brasil para ver quais as potencialidades da nova terra. No dia 20 de janeiro de 1502 avistam o que hoje conhecemos como Ilhabela. Devido ao dia ser dedicado a São Sebastião santo mártir da Igreja Católica, religião dominante naquela época a nova terra foi batizada de Ilha de São Sebastião.
Passeando pela história do Município sua ocupação começou com a divisão das famosas capitanias hereditárias, forma de administração do território português. A cidade pertencia a capitania de Santo Amaro, cuja divisão vinha de Bertioga até a foz do rio Juqueriquerê em Caraguatatuba que na época pertencia a São Sebastião.
A partir do século XVII com o então ciclo da cana de açúcar começa o desenvolvimento da vila. Ainda nesse século é construído o prédio mais importante do município: A matriz do padroeiro São Sebastião. A cidade foi sendo formada ao redor do prédio, onde ruas e casas permanecem até hoje originando um importante centro histórico que na década de 70 foi tombado pelo patrimônio histórico. Nessa época a região contava com dezenas de engenhos de cana de açúcar, responsáveis por um maior desenvolvimento econômico e a caracterização como núcleo habitacional e também político. Tal êxito fez com que a vila se emancipasse politicamente no dia 16 de março de 1636 (quantos números seis!).
O desenvolvimento econômico prossegue baseado em culturas como a cana de açúcar, o fumo e a pesca da baleia. Com o apogeu da extração de metais preciosos nas Minas Gerais, entre 1720 e 1780, São Sebastião conheceu um período de enriquecimento, em função do movimento do porto, que além de escoadouro legal do ouro vindo de Minas, tornou-se centro ativo de contrabando
Com a introdução do café a região chegou a possuir 106 fazendas, algumas novas e outras, engenhos adaptados. Porém, a sua maior importância era como porto escoador de café do norte de São Paulo e sul de Minas para Santos e Rio de Janeiro. Essa plantação era mantida pelos escravos que passavam de 2.000 na região e produziram cerca de 86 mil arrobas de café na metade no século XVII.
Sua economia entra em crise a partir da abolição da escravatura no brasil e também com a abertura da ferrovia São Paulo - Santos que levava toda a mercadoria direto para o Porto de Santos. Com esse declínio passa-se a investir na agricultura de subsistência, com pequenas roças de mandioca, feijão e milho. Destaca-se também nessa época a pesca artesanal.
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Oceano Atlântico e a Serra do Mar formam belezas cênicas que atraem os mais variados tipos de turistas. Foto: Diego Cardoso |
Na década de 70 com a abertura da rodovia Rio-Santos a cidade começa a despertar-se para o turismo, que passa a movimentar a cidade principalmente nas temporadas de verão. Depois de passar pelos ciclos da cana de açúcar do ouro e do café, a cidade hoje torna-se um grande centro turístico que é responsável por boa parte da renda do município. Conhecida como capital do ecoturismo do Litoral Norte a cidade ainda encontra grandes desafios pela frente principalmente com toda essa evolução programada e esperada para o Litoral Norte.
O texto é baseado na história do município, pertencente ao arquivo público de São Sebastião.
CULTURA
Rede ManacÁ
Valorizando Nosso Litoral!
Por: Diego Cardoso
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