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sábado, 17 de março de 2012

Tropeirismo no Vale do Paraíba e Litoral Norte

CULTURA: Ao final do século XVII sentia-se a necessidade dos animais de tração como suporte aos bandeirantes naquela saga em busca das “minas gerais”. Décadas depois tropas xucras de muares vindas do Sul, dos criatórios dos pampas, guiadas por tropeiros atingiam o centro do estado de São Paulo. Na história aqueles tropeiros sulinos já se encontravam no Vale Paraibano (Taubaté, Jacareí, Guaratinguetá e Silveiras em sua maioria), os quais adquiriam aqueles animais e retornando faziam a doma com isso viabilizaram a economia, revendendo-os e fortalecendo os ciclos do ouro, do gado e do café. Um dos marcos iniciais do tropeirismo foi quando a Coroa Portuguesa instalou em 1695 na Vila de Taubaté, a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos. A partir de então, todo o ouro extraído das Minas Gerais deveria ser levado a esta Vila e de lá seguia para o porto de Parati, de onde era encaminhado para o reino, via cidade do Rio de Janeiro. A palavra "tropeiro" deriva de tropa, numa referência ao conjunto de homens que transportavam gado e mercadoria no Brasil colônia. O termo tem sido usado para designar principalmente o transporte de gado da região do Rio Grande do Sul até os mercados de Minas Gerais, posteriormente São Paulo e Rio de Janeiro, porém há quem use o termo em momentos anteriores da vida colonial, como no "ciclo do açúcar" entre os séculos XVI e XVII, quando várias regiões do interior nordestino se dedicaram a criação de animais para comercialização com os senhores de engenho.Além de seu importante papel na economia, o tropeiro teve importância cultural relevante como veiculador de idéias e notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre sí, numa época em que não existiam estradas no Brasil.
Os tropeiros procuravam seguir o curso dos rios ou atravessar as áreas mais abertas, os "campos gerais" e mesmo conhecendo os caminhos mais seguros, o trajeto envolvia várias semanas. Ao final de cada dia era acesso o fogo, para depois construir uma tenda com os couros que serviam para cobrir a carga dos animais, reservando alguns para colocar no chão, onde dormiam envoltos em seu manto. Chamava-se "encosto" o pouso em pasto aberto e "rancho" quando já havia um abrigo construído. Ao longo do tempo os principais pousos se transformaram em povoações e vilas. É interessante notar que dezenas de cidades do interior na região sul do Brasil e mesmo em São Paulo, atribuem sua origem a atividade dos tropeiros.
Nos pousos comia-se feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho que era servido com farofa e couve picada Só pra lembrarmos de uma das delicias deixadas pelos tropeiros o feijão tropeiro.

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