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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Governo federal mostra preocupação com manifestações que acontecem pelo Brasil

Dario Oliveira/20.06.2013/Futura Press/Estadão Conteúdo
BRASIL: Depois de cerca de 1 milhão de pessoas protestaram em todo o Brasil nesta quinta-feira (20), o governo federal mostrou preocupação com os protestos que acontecem pelo País.
A presidente Dilma Rousseff cancelou sua agenda de viagens devido aos protestos. Ela convocou uma reunião de emergência para a manhã desta sexta-feira (21) para tratar das manifestações populares, disse uma fonte do Palácio do Planalto.
Uma pessoa morreu no interior de São Paulo, apesar da reivindicação inicial dos manifestantes — a redução da tarifa do transporte público — ter sido amplamente atendida.
Os protestos, que começaram pacíficos, tornaram-se violentos em cidades como Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belém, Campinas e Brasília, onde um grupo chegou a invadir o Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Um princípio de incêndio atingiu uma das entradas do prédio.
A pauta de demandas dos manifestantes passou a incluir melhoria dos serviços públicos, combate à corrupção e reclamações com os gastos para a Copa do Mundo de 2014
Em Ribeirão Preto, no interior paulista, o motorista de um jipe atropelou 12 pessoas que participavam da manifestação na cidade, matando um jovem de 20 anos, segundo a Polícia Militar. Foi a primeira morte oficial registrada nos protestos, que tiveram início há cerca de duas semanas.
Na capital federal, o Batalhão de Choque do Exército se posicionou em frente ao Palácio do Planalto para proteger o prédio, enquanto a Polícia Militar do Distrito Federal impedia os manifestantes de se aproximarem da Praça dos Três Poderes.
A presidente Dilma deixou o local por volta das 20h30 rumo a sua residência oficial no Palácio do Alvorada sem dar qualquer declaração.
Antes dos protestos se tornarem violentos em Brasília, os manifestantes lançavam gritos de ordem contra os gastos públicos com o Mundial no País no ano que vem.
— Da Copa eu abro mão, eu quero é mais dinheiro para a saúde e educação.
Os protestos, mais uma vez, atingiram os arredores dos estádios que receberam jogos da Copa das Confederações nesta quinta. Em Salvador, onde o Uruguai derrotou a Nigéria, a polícia entrou em confronto com um grupo de pessoas que tentava furar um bloqueio e se aproximar da Arena Fonte Nova.
No Rio, o entorno do Maracanã, onde a Espanha goleou o Taiti, teve a segurança reforçada, mas os protestos tornaram-se violentos no centro da cidade.
O escritor Arnaldo Macedo, de 60 anos, disse o que o fez ir para a rua.
— Minha motivação é a de todos que estão aqui. É a de mudança. É a de você tentar através de uma união, de uma expressão popular, mudar a situação atual do País e se ter o mínimo que é educação e saúde.
Perto da Prefeitura do Rio, manifestantes e policiais entraram em confronto e pelo menos 35 pessoas ficaram feridas, depois de um início tranquilo de manifestação, que reuniu 300 mil pessoas. Um carro da emissora SBT foi incendidado por manifestantes.
Em São Paulo, 100 mil manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar, ocuparam a Avenida Paulista, a mais importante da cidade. A manifestação foi pacífica, sendo registrados apenas pequenos enfrentamentos entre os manifestantes, que rejeitaram a presença de militantes de partidos políticos com bandeiras.
A advogada Edilene Silva, de 30 anosm disse que "é um absurdo".
— Esse é um movimento por um novo Brasil, que não seja baseado em partidos, e aí eles aparecem?
As manifestações também aconteceram em capitais de todas as regiões do Brasil, como Florianópolis, Vitória, Recife, Teresina, Belo Horizonte e João Pessoa.
Os protestos desta quinta-feira reuniram cinco vezes mais participantes do que o protesto de segunda-feira, quando mais de 200 mil pessoas foram às ruas em várias capitais. O Brasil não via uma manifestação popular dessa grandeza desde 1992, ano do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
Agenda cancelada
Diante da onda de protestos no País, Dilma decidiu alterar sua agenda de viagens, que incluiria idas ao Japão e a Salvador nos próximos dias.
Em São Paulo, mais uma vez, o protesto foi convocado nas redes sociais pelo MPL (Movimento Passe Livre). A manifestação foi mantida apesar do prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) terem cedido à pressão popular e revogado o reajuste das passagens.
O MPL se manifestou em nota.
— Se antes eles diziam que baixar a passagem era impossível, a revolta do povo provou que não é. Se agora eles dizem que a tarifa zero é impossível, nossa luta provará que eles estão errados.
Nas várias cidades do País onde foram realizados protestos nesta quinta-feira, os temores da repetição dos episódios de violência e vandalismo, que aconteceram em manifestações anteriores, fizeram com que comerciantes e agências bancárias colocassem tapumes em volta de seus prédios para tentar evitar danos.
A gama de reivindicações apresentada nas redes sociais varia do pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os gastos com o Mundial a críticas a um projeto de "cura gay" patrocinado pelo presidente da Comissão de Direitos da Câmara, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
As demandas incluem ainda a rejeição à Proposta de Emenda Constitucional 37, que restringe o poder de investigação do Ministério Público, e a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.
O cientista político Benedito Tadeu César, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) disse que "o protesto é contra tudo que está aí".
— Não sabemos se é uma tempestade ou um raio... Mas isso vai ter consequências.
Fonte: R7

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