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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Pressionada, Câmara de Caraguá promete mudanças no transporte e até exigir nova concessão

CARAGUATATUBA: A chuva e o frio não foram motivos para atrapalhar um grupo de aproximadamente 200 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, a participar na noite de ontem da “Manifestação Acorda Caraguá”, que culminou com uma pressão aos vereadores no plenário do Legislativo. O movimento começou por volta das 19h com saída da Praça Tom Ferreira, em frente a pista de skate e seguiu em direção à Câmara.

Gritos de “o dinheiro do meu pai não é capim, eu quero passe livre sim”, “boi, boi, boi, boi da cara preta, se não der passe livre a gente pula a roleta” e “nossa luta é forte, nós queremos mais transporte”.

Ao longo do trajeto foi entregue um panfleto cobrando redução da passagem, passe livre dos universitários, tarifa proporcional a distância de R$ 1,75 até R$ 2,75, integração gratuita, cobradores nos ônibus, novas linhas e adequação da catraca para menores de cinco anos. Os manifestantes ainda cantaram o hino nacional.

A moradora do bairro do Indaiá, Clara Barbosa Nogare, de 28 anos, disse que o movimento foi em prol do transporte. “Não concordo com a isenção do ISS à empresa. Queremos passe livre e a integração, principalmente aos estudantes”.

Diego Godoy da Silva, 24 anos, estoquista do bairro Jardim Gaivotas, destacou que além da questão do transporte, participa do protesto para lutar por melhor saúde e educação.

Tensão
O clima ficou tenso quando o grupo chegou à Câmara, interrompendo a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Os gritos dos manifestantes acabaram por sufocar a voz do secretário da Câmara, vereador Oswaldo Pimenta de Mello Neto (PPS).

O presidente da Casa, Jose Mendes de Souza Neto, o Neto Bota (PSDB), acabou pedindo aos manifestantes que aguardassem o final da votação do projeto para que ele pudesse ler o decreto de redução da tarifa enviado pela Prefeitura e o projeto de lei que dá isenção de ISS a empresa.

De acordo com o decreto, fica valendo a partir da zero hora de amanha a redução da tarifa, passando dos atuais R$ 3 para R$ 2,80, porém pede a isenção da alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) à empresa.

O documento traz ainda um sistema integrado que estabelece que o usuário, pode utilizar novamente um ônibus num prazo de 90 minutos a partir da primeira passagem paga, desembolso na segunda viagem apenas R$ 0,50.

Porém, o anúncio feito pelo presidente da Câmara gerou protesto imediato dos manifestantes que exigiram passe livre aos estudantes e tarifa a R$ 2,75.

A partir daí, os ânimos se exaltaram e os manifestantes cobraram postura aos vereadores, principalmente em relação a votação do projeto que prevê isenção de ISS à empresa.

“Não votem, ouçam antes a população. Queremos passe livre. Fora Praiamar”, gritou um dos manifestantes.

Neto Bota começou então a negociar com o grupo. “Esse projeto foi para as Comissões e se o Jurídico da Casa entender que não dá para votar, isso será feito somente em agosto”, garantiu o presidente.

Comissão
O clima só acalmou depois que Neto Bota abriu novamente as portas do seu gabinete para conversar com uma comissão, com o compromisso de que uma empresa será contratada para analisar a atual situação do transporte na cidade. “Se for necessário vamos exigir uma nova concessão”, disse Neto Bota. Por aproximadamente meia hora, manifestantes e vereadores sentaram na mesa de negociações.

Os integrantes da Comissão de Assuntos Relevantes de Transportes da Câmara (CAR), que é formada pelos vereadores Vilma Teixeira de Oliveira Santos (PSDB), Elizeu Onofre da Silva, o Ceará da Adega (PPS), e Renato Leite Carrijo de Aguilar, o Tato Aguilar (PSD), justificaram aos manifestantes o trabalho que vem sendo feito de cobranças a empresa, com levantamento da situação do transporte.

“A pesquisa vai nos ajudar a identificar os problemas e a insatisfação dos usuários, sendo este um dos motivos que pode gerar a quebra de contrato, previsto no termo de concessão”, garantiu o vereador Tato Aguilar.

Já a presidente da Comissão, vereadora Vilma Teixeira de Oliveira Santos, alertou a indisposição da empresa em fornecer informações solicitadas pela CAR.

“Diante isso, propomos um plebiscito ou uma audiência publica para discutir o assunto”.

Ainda durante a reunião no gabinete, Jameson Duarte, um dos lideres da manifestação, destacou a necessidade do transporte para os estudantes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e foi informado pelo presidente Neto Bota que o prefeito Antonio Carlos deve baixar ainda hoje decreto concedendo 50% de desconto no valor da passagem.

A liberação do transporte alternativo no município foi outro assunto que entrou na pauta, mas deve ter novas discussões.

Um dos vereadores mais inflamados na reunião foi  Celso Pereira (DEM). “Discutir transporte alternativo é válido, mas já temos de forma ilegal e a prefeitura não fiscaliza. Precisamos de uma lei vinda do Executivo. A gente quer que tenha cobrador nos ônibus, mas a empresa ganha na Justiça. Sugiro uma reunião entre vereadores, comissão de manifestantes com o prefeito e depois a empresa”.

Fonte: Jornal Imprensa Livre

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